sábado, junho 16, 2007

SIZA VIEIRA NO CCB
FUNDAÇÃO IBERÊ-CAMARGO

A propósito da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2007, assisti ontem (dia 15 de Junho de 2007) no Centro Cultural de Belém, a uma conferência do Arquitecto Álvaro Siza Vieira, que se centrou na apresentação e discussão de um dos seus projectos mais recentes, a Fundação Iberê-Camargo, em Porto Alegre no Brasil. Este edifício terá como função, albergar o arquivo e exposição da colecção desta fundação. Iberê Camargo foi um reconhecido pintor brasileiro do séc. XX, que nasceu em Restinga Seca, no interior do Rio Grande do Sul, morrendo aos 79 anos, em Porto Alegre, deixando um legado de uma vasta obra artística.
Após o slide-show, que nos deu a conhecer o projecto pelas palavras do reconhecido arquitecto Português, estiveram igualmente presentes na mesa, os arquitectos José Mateus (Comissário Geral do evento), Ricardo Carvalho e Gonçalo Byrne, que conversaram com Siza, estabelecendo um debate orientador de reflexões sobre a obra em questão e sobre o seu autor. Três gerações diferentes reunidas, que abordaram a arquitectura de Siza Vieira partindo de pontos de vista e pressupostos diferentes, mas, complementares.
Apesar desta sessão ter começado 1 hora depois do previsto, o auditório esteve praticamente lotado. Este atraso deveu-se, por justificação do arquitecto José Mateus, à inauguração da exposição monográfica do Arquitecto Siza no Museu da Electricidade, que ocorreu antes da conferência e a qual se prolongou mais do que o programado.

Antes de falar da Fundação Iberê-Camargo, Siza Vieira proferiu algumas palavras iniciais, sobre a temática dos museus, referindo como exemplos, o Museu de Arte Contemporânea de Santiago de Compostela e o Museu de Serralves, ambos da sua autoria. Estes projectos ajudaram-no a compreender melhor esta problemática e a perceber, segundo ele, “o medo da arquitectura”.
Disse ainda, “...que são sempre projectos cujo tema polémico é o contacto com o exterior, existindo sempre um grande debate, porque o espaço de um museu tem de ser completamente neutro, quase como um non-lugar...”

De seguida, iniciou a apresentação do projecto da Fundação, expondo uma série de magníficos esboços, que reflectem a atitude/actividade mental do arquitecto, através de um processo de procura, levando-o mesmo a dizer que “os primeiro esquissos mostram uma confusão de espírito...”. Contudo, essa introspecção criativa é o fio condutor até à solução final. “Nesta fase, surgiram cúpulas, torres, modelação em vários volumes geométricos e por aí fora...”, afirma Siza Vieira.
O local de implantação deste edifício encontra-se a Sul numa antiga pedreira, com uma configuração complexa e a Norte junto à marginal.
Segundo a memória descritiva do autor, “O volume principal recorta-se contra a vegetação da escarpa, ocupando a sua concavidade, e resulta da sobreposição de quatro pisos de forma irregular...” Existe um sistema de rampas que funciona no interior do espaço do átrio e no exterior, através de galerias fechadas, que estruturalmente funcionam como consolas.
Todo o edifício é construído com as lajes e paredes em betão, sendo exteriormente aparente e de cor branca.

Um misto de liberdades e compromissos, estiveram na origem deste projecto.
Fotos da Fundação Iberê-Camargo

Planta de Implantação


Planta do Piso -1

Planta do Piso 0

Planta do Piso 1

Planta do Piso 2

Corte Longitudinal