domingo, dezembro 16, 2007

DESENHAR A EVIDÊNCIA
O desenho, como disciplina orientadora de reflexões, pesquisas e ensaios, tem um significado fundamental no acto de projectar arquitectura. Explorar o desígnio de uma ideia através das formas obtidas pelo gesto do traço que é materializado no papel, transforma-se numa actividade mental e conceptual que, quer por uma subversão de pressupostos, quer por uma junção de factores preponderantes, permite que as volumetrias se vão revelando de acordo com os medos, as dúvidas, as certezas, as evidências o sonho e a realidade.
Perante esta atitude que se desmultiplica em outputs e inputs, o imaginário cruza o concreto nos múltiplos registos gráficos. A força expressiva destes apontamentos, que é o diáfano reflexo das emoções e dos pensamentos, faz renascer novos sentidos e caminhos. Este processo de procura e de encontro torna-se importante e decisivo na afirmação e constatação das ideias. O rumo vai-se gizando. A subjectividade de um desenho atinge-se, claramente, através de um conjunto de sínteses que cada autor impõe e ilustra. Sínteses estas que dependem dos programas, dos lugares e da introspecção reflectiva que a análise destas bivalências permite. Como consequência desta relação, conseguimos encontrar o verdadeiro “eu” de cada projecto. A palavra final.
O aparente vazio ou o caos organizado que os “desenhos de arquitecto” poderão transmitir, transformam-se, por uma lógica sequencial, em pressupostos legítimos e essenciais para a evolução das soluções mentais e para a concretização dessa racionalização. É aqui que o arquitecto tem o poder de decisão. É aqui que as formas ganham forma através de traços fugazes e infinitos, sem limites espaciais…