Por: Márcio de Campos; Revista Archinews nº 14; pp 4 e 5
NESSA RELAÇÃO UMBILICAL COM A ENVOLVENTE, TODO O PROJECTO É PRÓ-DINAMIZADOR DE UM NOVO SENTIDO DE LUGAR, RESPEITANDO E EVIDENCIANDO A COMPONENTE NATURAL EXISTENTE. É NOTÓRIA A CONTINUIDADE ENTRE OS DIFERENTES ELEMENTOS, QUER NATURAIS QUER CONSTRUÍDOS...
Nessa relação umbilical com a envolvente, todo o projecto é pró-dinamizador de um novo sentido de lugar, respeitando e evidenciando a componente natural existente. É notória a continuidade entre os diferentes elementos, quer naturais quer construídos, eliminando-se qualquer presença interruptora. Segundo os autores, "o conceito é estender a zona vulcânica, assim como as várias espécies vegetais existentes no Parque Natural do Fogo, para a zona da nova sede administrativa, convidando os visitantes e locais a descerem até a cota inferior, de uma forma suave, através de percursos pedonais desenhados, criteriosamente, entre pedras vulcânicas".
Implantado sobre a esplêndida paisagem da Ilha do Fogo e com o vulcão como ambiente cénico de fundo, o volume insere-se no terreno sem o ferir, constituindo uma importante intervenção para aquela zona, do ponto de vista turístico, tornado-se num edifício de referência para Cabo Verde.
"Esta conjugação com o património natural, o vulcão e a cratera, único e de uma beleza rara no mundo, fará com que reúna as condições ideais para o reconhecimento do Pico do Fogo como património mundial", referem os autores.
Agarrado a Intenções aglutinadoras de um todo, o conjunto assenta sobre verdadeiros pressupostos sustentáveis e ambientais. De modo a reduzir o impacto do edifício no meio ambiente, toda a abordagem projectual não se limitou a questões programáticas, funcionais e estéticas, existindo a preocupação constante de fazer com que o edifício funcione autonomamente do ponto de vista energético, através da gestão racional dos recursos. Esta intenção lógica reflecte-se em sistemas de aproveitamento das águas pluviais, aquecimento e arrefecimento passivos, qualidade do ar e da água, maximi-zação da iluminação natural, energias de fontes renováveis, entre outros. Para além disso, a utilização de materiais e mão-de-obra locais, revela, igualmente, essa vontade de responder às necessidades e particularidades do local.
"O Parque Natural ganhará um edifício diferente em Cabo Verde, um pólo de atracção turística, além de centro de formação e de apoio a outras actividades".
De momento, o projecto está entre os 14 seleccionados para o festival WAF (World Architectural Festival), na categoria Future Projects - Cultural, com a co-autoria OTO+JGC.
Prevê-se o arranque da obra no início de 2010, estando a conclusão programada para 2011.
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